sábado, 30 de junho de 2012

Atendimento fraterno é espaço para orientação

Em tarefas de liderança nas casas espíritas, é comum observar a aproximação de companheiros em busca de aconselhamento ou, simplesmente, de uma boa e fraterna conversa. Sem dúvida, conversar sobre questões particulares que podem ser esclarecidas ou pelo menos iluminadas pela Doutrina Espírita, é de grande benefício para o adepto.
Em nossa experiência nas atividades espíritas, as pessoas aproximavam-se para questionar sobre fenômenos mediúnicos – ou que pareciam ser – acontecendo à sua volta, sobre problemas familiares ou dificuldades no direcionamento de suas melhores energias no dia-a-dia. Sem ter com quem conversar e dividir as preocupações, muitos dispõem-se a pagar para ter quem os ouça, e os oriente segundo as teorias psicológicas.
Atentas a essa necessidade humana, muitas casas espíritas pelo Brasil oferecem um espaço conhecido como Atendimento Fraterno, em que espíritas e simpatizantes poderão compartilhar alguma dificuldade pessoal, com o objetivo de obter orientação doutrinária para seu problema.
Orientar pessoas, muitas delas desconhecidas, em nome da Doutrina Espírita, é uma enorme responsabilidade, além de exigir um perfil específico para a tarefa.
Muitas casas espíritas pelo Brasil definem o Atendimento Fraterno como a porta de entrada da instituição. Mesmo aqueles que somente querem conhecer ou integrar-se à casa deverão procurar o atendimento, primeiramente.
Assim, o interessado conhece as possibilidades e os recursos que a instituição oferece, que é a concretização do que o próprio Espiritismo oferece: consolo, orientação e esperança, ao trazer ao atendido a informação espiritual sem misticismo ou mistério.
Visando aprimorar os trabalhadores nesta importante atividade, diversos companheiros do Projeto Manoel Philomeno de Miranda elaboraram o livro Atendimento Fraterno, que pode ser considerado um excelente manual para quem deseja implantar, exercer ou aperfeiçoar-se na atividade.
O livro traz como prefácio a mensagem “Terapia do amor”, de Joanna de Ângelis, escrita especialmente para o livro, que define que as aflições humanas, em suas múltiplas e dolorosas manifestações, têm como causa o mal e o desequilíbrio que ainda existe no espírito. Portanto, a Doutrina Espírita possui os elementos indispensáveis para a iniciativa de modificação moral, que o atendimento fraterno se propõe a facilitar.
O livro também descreve o perfil de um atendente fraterno: saber ajudar, interesse fraternal pelos outros, conhecimento amplo, hábito do estudo e da prece, pessoa moralizada, ponderada, segura e paciente.
Do ponto de vista doutrinário, o atendente deve ter integração com a casa espírita, deve conhecer a Doutrina Espírita e o Evangelho, e ter competência para aplicação de passes.
Existem vários cuidados que o atendente precisa observar, como recusar gratificações ou presentes, não divulgar as informações ali coletadas, não interferir em tratamentos médicos ou psicológicos em andamento, e não realizar doutrinação, caso o atendido esteja em transe mediúnico.
O livro ainda aprofunda várias outros aspectos do atendimento, e propõe alguns casos, para exemplificar como a orientação pode ser concedida.
Todos podemos ser atendentes fraternos. Na rua, no trabalho ou em casa, as aflições existem, muitas vezes aguardando uma palavra amiga para que a renovação da atitude tenha início.
Divulgar, esclarecer e mostrar em nossas atitudes a grandeza da Doutrina que escolhemos como filosofia de vida, todos podemos fazer.
É o nosso fraterno dever.

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